O Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2015 foi hoje aprovado, na generalidade, com 152 votos do MPLA, PRS e FNLA, com abstenção da UNITA e o voto contra da CASA-CE.
Ver o PRS e a FNLA votarem a favor não espanta. É uma questão de sobrevivência de uns tantos, pouco se importando com o que o OGE fará ao povo faminto. E se pela sua pequenez cívica se aceita a posição destes partidos, mais difícil de digerir é a posição de aprovação encapotada da UNITA.
A UNITA, esta UNITA, quer estar de bem com Deus e com o Diabo, quer acusar o MPLA com a esquerda e apoiar com a direita. Por não conseguir sair do armário, lá vai indo de derrota em derrota até à derrota final. É pena. Mas se é isso que José Eduardo dos Santos quer, é isso que – na prática – Isaías Samakuva lhe dá.
Por sua vez o chefe da bancada parlamentar da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, justificou o voto contra com o argumento de que o proposta de OGE do Governo é um atentado à Constituição do país. Ainda bem que existem deputados que não olham só para o seu umbigo. Alguns há que se preocupam com o dos que não têm voz.
O deputado Lucas Ngonda, da FNLA , manifestou-se duvidoso sobre se as verbas atribuídas ao sector social irão de facto chegar aos seus beneficiários. Ele sabe que não vão chegar. Mas, como se vê, logo que cheguem a si e a mais meia dúzia de amigos é o que interessa.
A UNITA , pela voz do seu chefe de bancada, Raúl Danda, considera que o sector social continua ser penalizado apesar de o Executivo deixar a entender o contrário. Certamente que José Eduardo dos Santos terá comentado: os cães ladram e carava passa.
Para o MPLA, o OGE para o ano de 2015 atribui uma verba expressiva para o sector social segundo o seu líder de bancada na Assembleia Nacional, Virgílio de Fontes Pereira.